Aqui um pouco do que acontece no mundo e comigo. O mundo segundo os meus olhos e além do que posso ver...
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Um ano vai, um novo ano chega.
Vem chegando dia 03 de outubro, mais um aniversário, um novo ano que se apresenta e pelo visto será um ano de muitas novidades.
Estou morrendo de curiosidade de saber as previsões da minha revolução solar que a Osmarina fez, mas pela prévia que tive já gostei, pelo visto as coisas que quero realmente acontecerão... Oba!
E quanto a esse ano que se encera fica a certeza de que a vida é maravilhosa, que minha família, meus amigos valem ouro e que amores vem e vão, nunca morrem só se transformam...
Poder descobrir novas emoções, novas formas de ver o mundo ao meu redor,ver além, querer mais de muitas coisas, saber o que eu realmente gosto, o que me faz feliz, essa foi a tônica desse ano que se vai. Deixei para trás um vício de antigos relacionamentos amorosos, o de moldar meus gostos pela pessoa que estou, algo como no filme “Noiva em Fuga” onde a personagem da Júlia Roberts não sabia qual era sua maneira preferida de comer ovos, pois sempre aderia ao gosto de quem estava com ela. Tenho meus gostos bem definidos, minhas escolhas são realmente feitas por mim, sou dona do meu mundo!
Eu sei agora que gosto de ovos mexidos!
Que venha essa meu ano novo, o ano dos meus 35, um ano que ficará na história!
terça-feira, 7 de setembro de 2010
É sempre assim...
É sempre assim quando estou de bem comigo.
Eu sinto na pele.
Parece que a vida me abraça suave, macia.
O mundo inteiro é meu espaço.
O que quero, conquisto.
Dá prazer em tudo o que faço.
Aí olho no espelho e digo:
Ah como eu gosto de mim.
Eu sinto na pele.
Parece que a vida me abraça suave, macia.
O mundo inteiro é meu espaço.
O que quero, conquisto.
Dá prazer em tudo o que faço.
Aí olho no espelho e digo:
Ah como eu gosto de mim.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Desconhece-te a ti mesmo!- Desconhecer-se pode ser o início de uma busca estimulante
Uma amiga me contava na semana passada que iniciou uma nova aventura psicanalítica. Depois de anos, ela encerrou uma análise que lhe permitiu desatar muitos nós de sua vida e iniciou uma nova jornada no divã de outro psicanalista. Não foi uma troca de profissionais. Apenas o reconhecimento de que uma boa história havia se encerrado e o desejo de começar outra. O novo psicanalista perguntou a ela: “O que você espera desta análise? ”. Minha amiga respondeu: “Eu quero me desconhecer”.
Achei uma excelente resposta. Ou uma ótima pergunta sobre si mesma. Na mesma semana, conversando com outro amigo, de uma área bem diferente, ele me contava que não consegue mais se sentir estimulado pelo que durante as primeiras décadas da sua vida profissional lhe deu grande prazer e reconhecimento. Está mais interessado nos meandros de um novo esporte que começou a praticar do que nos temas que sempre o interessaram. Só que toda a sua vida adulta e sua estabilidade financeira foram construídas sobre aquilo que hoje não lhe dá mais tesão. Ou, seria mais exato dizer, não lhe dá mais tesão fazer do jeito que fazia antes e que deu certo no passado, mas que hoje não faz mais sentido para ele.
A mesma questão tem aparecido em conversas com outros amigos. Por alguma razão – e não exatamente a faixa etária, porque a primeira amiga tem 30 e poucos e o segundo mais de 50 –, estou cercada de pessoas que vivem um momento de vazio. Eu incluída. Quem me acompanha sabe que em março deixei meu emprego na revista Época, mantendo apenas esta coluna, e comecei uma vida sem carteira assinada nem estabilidade e com dinheiro apenas para o básico. Naquele momento, quando escrevi sobre a minha escolha num texto chamado “Escrivaninha Xerife”, eu dizia que meu desejo era me reinventar. Hoje, passados quase cinco meses dessa mudança, descubro que, para me reinventar é preciso antes me desconhecer.
Foi uma surpresa para mim – como, por outros caminhos, está sendo para meus amigos tão diferentes do início deste texto. Hoje, não basta saber quem eu sou. É preciso também saber quem eu não sou. Para, então, saber quem eu posso ser. Vou tentar explicar melhor. Para nos estabelecermos na vida adulta precisamos construir um personagem. Não com a total liberdade com que muitos sonham e alguns se iludem que têm, mas com algum grau de livre arbítrio. Embora variem as nuances do que as pessoas pensam sobre cada um de nós, há algo que é geral, que emana desse personagem que criamos. E, aqui, quando me refiro à personagem, não há nenhuma relação com falsidade ou simulação. É tão verdadeiro quanto qualquer coisa pode ser verdadeira.
Na medida em que esse personagem se torna convincente, no sentido de ser bem-sucedido na sua relação com as várias esferas sociais, ele nos dá possibilidades e também nos tira possibilidades. Ele nos dá estabilidade, segurança, certezas, reconhecimento. Mas ele contém em si uma armadilha. Do tipo: “Bom, então é isso o que eu sou e esta é a minha vida, daqui em diante é só navegar”. Este tipo de conclusão pode se tornar uma prisão se você achar que esse personagem é tudo o que você é. Ou que tudo que havia para ser decidido na sua vida já está dado. Neste caso, a natureza fluida que nos habita vira cimento. E a busca, que é a matéria que move nossa existência, termina.
O que descubro – e que tem se mostrado um caminho bem mais difícil do que eu imaginava que seria – é a necessidade de se manter, pelo menos em parte, estrangeiro à própria vida. Manter algo de si no vazio, uma parte de nós capaz de olhar para o todo como terra desconhecida, aberta para o espanto de nós em nós. Ou seja: é preciso ser capaz de olhar para nós mesmos com estranhamento para que possamos enxergar possibilidades que um olhar viciado tornaria invisíveis. Este é o processo de se desconhecer como uma forma mais profunda de se conhecer. Para novamente se desconhecer e assim por diante. Exige muita coragem. Porque dá um medo danado.
Ao mudar minha vida para me reapropriar do meu tempo, um dos meus planos era me dar ao luxo de ficar olhando para o teto, por exemplo, sem fazer nada que pudesse ser considerado útil ou produtivo. Queria ser um pouco perdulária com o meu tempo num sentido novo. Em vez disso, tratei de ocupar todas as minhas horas com tarefas minhas, mas tarefas. Em vez de acordar às 6h30, como fazia quando tinha emprego e salário, passei a acordar às 4h30. Eu tinha tanto medo do vazio que resolvi preenchê-lo todo, a ponto de quase não dormir. Descobri que precisava abrir mão da covardia de não querer ter tempo para tudo o que não sei o que é. Demorei meses, me angustiei bastante, mas consegui me lambuzar de uma liberdade nova.
Descobri também que deveria fechar algumas portas – e não mais abri-las. Passei boa parte dos últimos anos abrindo portas e experimentando o que havia do outro lado. Isso me levou a experiências ricas e me ajudou a construir o momento em que pude começar a fechar portas. Descobri então que tão importante quanto abrir é ter a coragem de fechar. E fechar é muito mais difícil. Quando quase tudo está em aberto, é preciso ser muito seletivo com relação às portas. O que eu quero, o que eu não quero. O que é importante, o que não é importante. O que é bom para mim, o que não é. As pessoas com quem vale a pena compartilhar projetos, as que não quero manter perto de mim. O que me leva a algum lugar novo ou a alguma forma nova de ver o mesmo lugar, o que me traz de volta ao mesmo ponto.
Recebi convites de todos os tipos, alguns bem inusitados. Para ganhar muito mais dinheiro do que jamais ganhei, para não ganhar nada, para fazer o que nunca fiz, para fazer o que sempre fiz. Tive de parar e pensar que naquele momento eu tinha de recusar tudo porque ainda que algumas propostas fossem quase irrecusáveis, eu precisava ficar no vazio e me desconhecer para ser capaz de fazer escolhas mais verdadeiras. Eu precisava me desintoxicar de mim para poder ser mais eu mesma.
Descobri ainda que é preciso resistir também às certezas que as pessoas têm sobre nós. Há gente de todo o tipo. E alguns ficam muito desorientados se a gente muda, se qualquer coisa ao redor deles muda. Querem desesperadamente que voltemos a ser um clichê seguro. Quando você abre mão do seu clichê, o clichê que mora em alguns começa a coçar. Desinteressei-me de alguns amigos que queriam porque queriam que eu dissesse que sentia falta da vida que tinha, muito parecida com a deles. Percebi que torciam menos secretamente do que gostariam para que meu projeto desse errado, para então continuar vivendo em paz com certezas sobre as quais, ao que parece, têm muitas dúvidas. Do mesmo modo que guardei apenas um olhar de Mona Lisa para aqueles que adoram teorias conspiratórias e queriam saber “de verdade” o que tinha acontecido, porque lidam melhor com fofocas velhas do que com fatos novos. Fechar portas é também virar as costas para quem exige que sejamos sempre os mesmos para sua própria comodidade.
Mas, mais difícil do que resistir à necessidade de certezas de quem está ao nosso redor, é resistir à nossa própria necessidade de certezas – abrir mão de nossos clichês pessoais. Me descobri agarrada a todos os meus como um daqueles náufragos de histórias em quadrinhos boiando sobre destroços em mar aberto. Nos primeiros tempos, ficava muito desorientada com uma pergunta recorrente que me faziam: “Mas você deixou de ser repórter?”. Não! Eu não deixei de ser repórter, gosto cada vez mais de ser repórter. Mas ser repórter não é tudo o que eu sou. Boa parte das pessoas entende muito bem quando você não dá certo no que faz e tenta ser ou fazer outras coisas. Mas acha inadmissível que você dê certo e também tente ser ou fazer outras coisas. Não negando a sua história, pelo contrário. Mas a usando para criar outros eus possíveis.
Descobrir as outras possibilidades do que sou é, neste momento, minha maior tarefa. Para chegar a isso preciso me perder de mim, me desconhecer. Neste sentido, hoje minha reportagem mais difícil é a busca destes outros personagens que moram no universo sem limites definidos do que sou. E que são tão verdadeiros quanto a repórter que sou. E que me tornarão melhor repórter do que pude ser antes de construir a chance de viver a verdade dessa busca.
Um momento de vida que é apenas um momento que também deve ser superado para que outros possam vir, já que não me interessa sair de um escaninho para cair em outro. Nada impede que amanhã eu descubra que ter um emprego e um formato de vida mais estável é o melhor para mim – ou que não, eu continue achando mais divertido viver com mais autonomia e menos dinheiro. Ou que invente um jeito novo que serve para mim, mas pode não servir para mais ninguém. O contrato que assinei comigo mesma é o de seguir coerente com a necessidade de me buscar.
Quando minha amiga repetiu para mim o que disse ao analista – “Estou aqui porque quero me desconhecer” –, ela me ajudou a compreender melhor o meu momento. E eu pude dizer a meu outro amigo que ele precisa ter a coragem de se manter sem saber quem é por um tempo, para poder então descobrir o que quer fazer com seu desejo. Conto esta experiência aqui porque acredito que outras pessoas possam estar vivendo algo parecido, por caminhos e circunstâncias próprias – e acho importante refletirmos juntos. Manter parte de nós no vazio gera muito angústia, mas, se tivermos a coragem de aguentar um pouco, nos leva a lugares desconhecidos e excitantes de nós mesmos. Não é nem que as perguntas mudem, mas é o jeito de fazê-las que precisa ser novo para que possamos alcançar respostas mais estimulantes. Tenho para mim que as grandes perguntas de todos nós são sempre as mesmas, o que muda é como buscamos as respostas.
Acho que se desconhecer é sacudir o cimento que há em nós, colocado por nossas mãos e também pelas mãos ávidas dos outros. E isso vale para tudo, até para coisas muito triviais. Como aquelas frases: “Fulano não come peixe” ou “Sicrano detesta sair de casa”. Se o fulano acredita que porque não comia peixe aos dez anos não vai comer aos 30, nunca vai saber o gosto de um tambaqui. Assim como nenhuma pequena ou grande aventura acontecerá ao sicrano que não se arrisca além da porta da rua porque está esmagado no sofá da sala pelo dogma que criou para si e que os outros ajudaram a cimentar. Porque é só o começo. Destes pequenos dogmas se passa para outras verdades absolutas que dizem respeito a todas as áreas da vida. “Fulano é assim”, portanto fulano é imutável e, portanto, fulano está morto, mas não sabe.
Meu conselho é fugir de frases do gênero: “Eu sou um tipo de pessoa que...” ou “Deixa eu te contar que tipo de pessoa eu sou...”. Suspeito que quem diz essas coisas não sabe nem o caminho de casa. Acho que as buscas mais interessantes começam com frases como: “Não sei mais quem eu sou” ou “Não tenho ideia de quem eu sou”. Ótimo, podemos dizer que começamos a nos conhecer. Claro que só para nos perdermos logo adiante. Afinal, para que mais serve a vida?
Escrito por Eliane Brum
Esse texto encontra-se no seguinte endereço: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI155806-15230,00-DESCONHECETE+A+TI+MESMO.html
Achei uma excelente resposta. Ou uma ótima pergunta sobre si mesma. Na mesma semana, conversando com outro amigo, de uma área bem diferente, ele me contava que não consegue mais se sentir estimulado pelo que durante as primeiras décadas da sua vida profissional lhe deu grande prazer e reconhecimento. Está mais interessado nos meandros de um novo esporte que começou a praticar do que nos temas que sempre o interessaram. Só que toda a sua vida adulta e sua estabilidade financeira foram construídas sobre aquilo que hoje não lhe dá mais tesão. Ou, seria mais exato dizer, não lhe dá mais tesão fazer do jeito que fazia antes e que deu certo no passado, mas que hoje não faz mais sentido para ele.
A mesma questão tem aparecido em conversas com outros amigos. Por alguma razão – e não exatamente a faixa etária, porque a primeira amiga tem 30 e poucos e o segundo mais de 50 –, estou cercada de pessoas que vivem um momento de vazio. Eu incluída. Quem me acompanha sabe que em março deixei meu emprego na revista Época, mantendo apenas esta coluna, e comecei uma vida sem carteira assinada nem estabilidade e com dinheiro apenas para o básico. Naquele momento, quando escrevi sobre a minha escolha num texto chamado “Escrivaninha Xerife”, eu dizia que meu desejo era me reinventar. Hoje, passados quase cinco meses dessa mudança, descubro que, para me reinventar é preciso antes me desconhecer.
Foi uma surpresa para mim – como, por outros caminhos, está sendo para meus amigos tão diferentes do início deste texto. Hoje, não basta saber quem eu sou. É preciso também saber quem eu não sou. Para, então, saber quem eu posso ser. Vou tentar explicar melhor. Para nos estabelecermos na vida adulta precisamos construir um personagem. Não com a total liberdade com que muitos sonham e alguns se iludem que têm, mas com algum grau de livre arbítrio. Embora variem as nuances do que as pessoas pensam sobre cada um de nós, há algo que é geral, que emana desse personagem que criamos. E, aqui, quando me refiro à personagem, não há nenhuma relação com falsidade ou simulação. É tão verdadeiro quanto qualquer coisa pode ser verdadeira.
Na medida em que esse personagem se torna convincente, no sentido de ser bem-sucedido na sua relação com as várias esferas sociais, ele nos dá possibilidades e também nos tira possibilidades. Ele nos dá estabilidade, segurança, certezas, reconhecimento. Mas ele contém em si uma armadilha. Do tipo: “Bom, então é isso o que eu sou e esta é a minha vida, daqui em diante é só navegar”. Este tipo de conclusão pode se tornar uma prisão se você achar que esse personagem é tudo o que você é. Ou que tudo que havia para ser decidido na sua vida já está dado. Neste caso, a natureza fluida que nos habita vira cimento. E a busca, que é a matéria que move nossa existência, termina.
O que descubro – e que tem se mostrado um caminho bem mais difícil do que eu imaginava que seria – é a necessidade de se manter, pelo menos em parte, estrangeiro à própria vida. Manter algo de si no vazio, uma parte de nós capaz de olhar para o todo como terra desconhecida, aberta para o espanto de nós em nós. Ou seja: é preciso ser capaz de olhar para nós mesmos com estranhamento para que possamos enxergar possibilidades que um olhar viciado tornaria invisíveis. Este é o processo de se desconhecer como uma forma mais profunda de se conhecer. Para novamente se desconhecer e assim por diante. Exige muita coragem. Porque dá um medo danado.
Ao mudar minha vida para me reapropriar do meu tempo, um dos meus planos era me dar ao luxo de ficar olhando para o teto, por exemplo, sem fazer nada que pudesse ser considerado útil ou produtivo. Queria ser um pouco perdulária com o meu tempo num sentido novo. Em vez disso, tratei de ocupar todas as minhas horas com tarefas minhas, mas tarefas. Em vez de acordar às 6h30, como fazia quando tinha emprego e salário, passei a acordar às 4h30. Eu tinha tanto medo do vazio que resolvi preenchê-lo todo, a ponto de quase não dormir. Descobri que precisava abrir mão da covardia de não querer ter tempo para tudo o que não sei o que é. Demorei meses, me angustiei bastante, mas consegui me lambuzar de uma liberdade nova.
Descobri também que deveria fechar algumas portas – e não mais abri-las. Passei boa parte dos últimos anos abrindo portas e experimentando o que havia do outro lado. Isso me levou a experiências ricas e me ajudou a construir o momento em que pude começar a fechar portas. Descobri então que tão importante quanto abrir é ter a coragem de fechar. E fechar é muito mais difícil. Quando quase tudo está em aberto, é preciso ser muito seletivo com relação às portas. O que eu quero, o que eu não quero. O que é importante, o que não é importante. O que é bom para mim, o que não é. As pessoas com quem vale a pena compartilhar projetos, as que não quero manter perto de mim. O que me leva a algum lugar novo ou a alguma forma nova de ver o mesmo lugar, o que me traz de volta ao mesmo ponto.
Recebi convites de todos os tipos, alguns bem inusitados. Para ganhar muito mais dinheiro do que jamais ganhei, para não ganhar nada, para fazer o que nunca fiz, para fazer o que sempre fiz. Tive de parar e pensar que naquele momento eu tinha de recusar tudo porque ainda que algumas propostas fossem quase irrecusáveis, eu precisava ficar no vazio e me desconhecer para ser capaz de fazer escolhas mais verdadeiras. Eu precisava me desintoxicar de mim para poder ser mais eu mesma.
Descobri ainda que é preciso resistir também às certezas que as pessoas têm sobre nós. Há gente de todo o tipo. E alguns ficam muito desorientados se a gente muda, se qualquer coisa ao redor deles muda. Querem desesperadamente que voltemos a ser um clichê seguro. Quando você abre mão do seu clichê, o clichê que mora em alguns começa a coçar. Desinteressei-me de alguns amigos que queriam porque queriam que eu dissesse que sentia falta da vida que tinha, muito parecida com a deles. Percebi que torciam menos secretamente do que gostariam para que meu projeto desse errado, para então continuar vivendo em paz com certezas sobre as quais, ao que parece, têm muitas dúvidas. Do mesmo modo que guardei apenas um olhar de Mona Lisa para aqueles que adoram teorias conspiratórias e queriam saber “de verdade” o que tinha acontecido, porque lidam melhor com fofocas velhas do que com fatos novos. Fechar portas é também virar as costas para quem exige que sejamos sempre os mesmos para sua própria comodidade.
Mas, mais difícil do que resistir à necessidade de certezas de quem está ao nosso redor, é resistir à nossa própria necessidade de certezas – abrir mão de nossos clichês pessoais. Me descobri agarrada a todos os meus como um daqueles náufragos de histórias em quadrinhos boiando sobre destroços em mar aberto. Nos primeiros tempos, ficava muito desorientada com uma pergunta recorrente que me faziam: “Mas você deixou de ser repórter?”. Não! Eu não deixei de ser repórter, gosto cada vez mais de ser repórter. Mas ser repórter não é tudo o que eu sou. Boa parte das pessoas entende muito bem quando você não dá certo no que faz e tenta ser ou fazer outras coisas. Mas acha inadmissível que você dê certo e também tente ser ou fazer outras coisas. Não negando a sua história, pelo contrário. Mas a usando para criar outros eus possíveis.
Descobrir as outras possibilidades do que sou é, neste momento, minha maior tarefa. Para chegar a isso preciso me perder de mim, me desconhecer. Neste sentido, hoje minha reportagem mais difícil é a busca destes outros personagens que moram no universo sem limites definidos do que sou. E que são tão verdadeiros quanto a repórter que sou. E que me tornarão melhor repórter do que pude ser antes de construir a chance de viver a verdade dessa busca.
Um momento de vida que é apenas um momento que também deve ser superado para que outros possam vir, já que não me interessa sair de um escaninho para cair em outro. Nada impede que amanhã eu descubra que ter um emprego e um formato de vida mais estável é o melhor para mim – ou que não, eu continue achando mais divertido viver com mais autonomia e menos dinheiro. Ou que invente um jeito novo que serve para mim, mas pode não servir para mais ninguém. O contrato que assinei comigo mesma é o de seguir coerente com a necessidade de me buscar.
Quando minha amiga repetiu para mim o que disse ao analista – “Estou aqui porque quero me desconhecer” –, ela me ajudou a compreender melhor o meu momento. E eu pude dizer a meu outro amigo que ele precisa ter a coragem de se manter sem saber quem é por um tempo, para poder então descobrir o que quer fazer com seu desejo. Conto esta experiência aqui porque acredito que outras pessoas possam estar vivendo algo parecido, por caminhos e circunstâncias próprias – e acho importante refletirmos juntos. Manter parte de nós no vazio gera muito angústia, mas, se tivermos a coragem de aguentar um pouco, nos leva a lugares desconhecidos e excitantes de nós mesmos. Não é nem que as perguntas mudem, mas é o jeito de fazê-las que precisa ser novo para que possamos alcançar respostas mais estimulantes. Tenho para mim que as grandes perguntas de todos nós são sempre as mesmas, o que muda é como buscamos as respostas.
Acho que se desconhecer é sacudir o cimento que há em nós, colocado por nossas mãos e também pelas mãos ávidas dos outros. E isso vale para tudo, até para coisas muito triviais. Como aquelas frases: “Fulano não come peixe” ou “Sicrano detesta sair de casa”. Se o fulano acredita que porque não comia peixe aos dez anos não vai comer aos 30, nunca vai saber o gosto de um tambaqui. Assim como nenhuma pequena ou grande aventura acontecerá ao sicrano que não se arrisca além da porta da rua porque está esmagado no sofá da sala pelo dogma que criou para si e que os outros ajudaram a cimentar. Porque é só o começo. Destes pequenos dogmas se passa para outras verdades absolutas que dizem respeito a todas as áreas da vida. “Fulano é assim”, portanto fulano é imutável e, portanto, fulano está morto, mas não sabe.
Meu conselho é fugir de frases do gênero: “Eu sou um tipo de pessoa que...” ou “Deixa eu te contar que tipo de pessoa eu sou...”. Suspeito que quem diz essas coisas não sabe nem o caminho de casa. Acho que as buscas mais interessantes começam com frases como: “Não sei mais quem eu sou” ou “Não tenho ideia de quem eu sou”. Ótimo, podemos dizer que começamos a nos conhecer. Claro que só para nos perdermos logo adiante. Afinal, para que mais serve a vida?
Escrito por Eliane Brum
Esse texto encontra-se no seguinte endereço: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI155806-15230,00-DESCONHECETE+A+TI+MESMO.html
domingo, 18 de julho de 2010
Beatriz
"Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz"
A versão mais bela que já ouvi de Beatriz.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Frase do dia- Dia Mundial do Rock
Pela Luz dos Olhos Teus- Vinicius de Moraes
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais lararará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor
E só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Sonho como Criação Dramática
"Se o fato de sonhar fosse uma espécie de criação dramática, então aconteceria que o sonho é o mais antigo dos gêneros literários, inclusive anterior à humanidade, porque, como lembra um poeta latino, os animais também sonham. E viria a ser um fato de índole dramática, como uma peça na qual somos o autor, o ator, e também o edifício, o teatro. Ou seja, à noite, todos somos, de alguma maneira, dramaturgos."
Jorge Luis Borges e Osvaldo Ferrari. Sobre os sonhos e outros diálogos. São Paulo, Hedra, 2009.
Esse texto cai como uma luva para as minhas últimas noites, tenho sido autora e atriz de sonhos completamente inusitados... O que será que eles querem falar? São projeções de algo que busco? Não sei, mas ainda vou descobrir ou então farei uma peça de teatro.
sábado, 26 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Qual a palavra?
Em um trecho do livro Comer, Rezar e Amar, de Elizabeth Gilbert, há uma parte que fala sobre as cidades terem uma palavra que as defina e como as pessoas também poderiam ser definidas por uma palavra. Aliás, a autora não sabia descrever qual era a palavra que a definiriam naquele momento da sua vida.
Concordo que é um livro cheio de clichês, assim como nossas vidas também são tomadas dos mais variados clichês, mas ainda assim é o relato de um momento de vida de alguém e como todo livro traz algum ensinamento.
Retornando a questão das pessoas serem definidas por palavras, fiquei pensando qual seria a palavra com a qual eu me definiria... Muitas passam pela minha cabeça sem que haja uma identificação.
Na verdade penso que seria um verbo e não um substantivo que acabaria dando a definição mais real. Passaram na minha cabeça coisas como perdoar, viver, buscar, lutar, querer, sonhar, aceitar, orar, aprender...
Mas tenho que admitir que AMAR é o verbo que mais se afigura a uma definição da pessoa que sou nesse momento e em todos os outros. O que, afinal, não é de se estranhar vindo de uma pessoa que tem uma tatuagem que diz “O amor nunca morre.” É isso que vivo, é isso que busco, é isso que aprendo todos os dias.
O amor em todas as suas variações, todas as suas formas. Isso implica em aprender com o que está lá fora, em crescimento pessoal, em realmente aprender a olhar a vida a sua volta e conseguir ver além, é o que quero é o que busco: o meu jeito de viver, o meu jeito de amar ao mundo, o meu jeito de demonstrar isso, crescendo e sendo uma pessoa melhor.
Por fim, como diz Oswaldo Montenegro: “E que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor. E a outra metade também.”
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Mudanças no meu corte de cabelo.
Depois de quase todas as grandes mudanças que ocorreram na minha vida eu sempre senti uma necessidade de cortar meus cabelos. Quando não os corto, mudo o tom.
Quase tão necessário como arrumar minhas gavetas, é o marco de um renascer, de um recomeço, do fim de um ciclo, do começo de novas coisas.
Considero que os cabelos são uns dos mais evidentes alvos das mulheres que se dirigem para uma nove fase em suas vidas, eles dizem muito sobre personalidade e sobre o estado de espírito.
Meu novo corte diz sim muito sobre o penso e sobre o que quero.
Assim, bem vindas sejam as mudanças.
PS: fico devendo uma fotinho.
Quase tão necessário como arrumar minhas gavetas, é o marco de um renascer, de um recomeço, do fim de um ciclo, do começo de novas coisas.
Considero que os cabelos são uns dos mais evidentes alvos das mulheres que se dirigem para uma nove fase em suas vidas, eles dizem muito sobre personalidade e sobre o estado de espírito.
Meu novo corte diz sim muito sobre o penso e sobre o que quero.
Assim, bem vindas sejam as mudanças.
PS: fico devendo uma fotinho.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Frase do dia.
"If you're brave to say "goodbye", life will reward you with a new "hello"!" Paulo Coelho.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Arrumando as gavetas, arrumando a vida.
Acredito que as gavetas bagunçadas refletem a bagunça de nossa vida emocional. Eis um dos motivos pelos quais sempre procurei manter minhas gavetas com uma certa organização, na verdade tal hábito teve início na minha vida adulta.
Mais um motivo para acreditar que a organização é um reflexo do emocional, afinal adolescentes são mesmo um vulcão de emoções e ter algumas gavetas bem bagunçadas é normal.
E já fazia algum tempo que não cuidava das minhas gavetas, pois então... a bagunça estava tomando conta em todos os aspectos!
Isso acabou nesse final de semana, ao separar o que não preciso mais guardar, as coisas que não vou mais usar e que podem ser úteis a outras pessoas, abri espaço para o novo.
Quando você limpa as suas gavetas e joga fora aquilo que não presta, está reprogramando simbolicamente o seu interior.
Quando nos propomos a arrumar a nossa casa estamos também nos propondo a arrumar os nossos pensamentos, reavaliar as nossas atitudes e mudar os nossos paradigmas. É uma verdade!
Passamos por momentos de plena felicidade em nossa vida e momentos que nos marcam de uma forma surpreendente e nos transformam, nos comovem, nos ensinam e muitas vezes, nos machucam profundamente. Mas os acontecimentos e as pessoas passam por nossas vidas e temos que deixa-los livres! Por isso, às vezes é tão importante esquecer de lembrar, trocar de ares, rasgar papéis, jogar fora presentes desbotados, dar ou vender livros, abrir espaço para o novo...
Assim limpei minhas gavetas, limpei minha vida, pronta para a próxima etapa que já está aqui, afinal é preciso estar aberta para as coisas que se apresentam ao seu redor, pois a felicidade está nos detalhes.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Conselhos
Reza a lenda que este texto foi escrito por Nizan Guanaes, paraninfo de formatura na FAAP:
"Dizem que conselho só se dá a quem pede"
E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentando acreditar que tenho sua licença para dar alguns.
Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valioso.
NÃO PAUTE SUA VIDA, NEM SUA CARREIRA, PELO DINHEIRO
Ame seu ofício com todo o seu coração. Persiga fazer o melhor.
Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido, nem um grande canalha.
Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro.
Hitler não matou 6 milhôes de judeus por dinheiro.
Michelangelo não passou 16 anos pintando a capela Sistina por dinheiro.
E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.
E tudo que fica pronto na vida, foi construído antes, na alma.
A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano.
O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
"Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo".
E ela respondeu:
"Eu também não, meu filho".
Não estou fazendo com isso uma apologia à pobreza, muito pelo contrário.
Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
MEU SEGUNDO CONSELHO:
Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.
Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada.
Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguaçu.
MEU TERCEIRO CONSELHO VEM DIRETAMENTE DA BÍBLIA:
"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito."
É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito:
É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso.
Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute.
Mas, por favor, não joque fora, se moldando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história.
Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.
Que é mais do que sexo ou dinheiro.
Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida.
E, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados.
Empresários de mesa de bar.
Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar.
Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem.
De 08:00 às 12:00, de 12:00 às 08:00 e mais se for preciso.
Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses.
Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram em menos de 50 anos, a 2ª maior mega potência do planeta.
Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores IMPOTENCIAS do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam.
Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e o mundo que os acomodados não conhecerão.
E isso se chama sucesso.
Nizan Guanaes.
Texto postado por no blog Meli ante as palavras.
"Dizem que conselho só se dá a quem pede"
E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentando acreditar que tenho sua licença para dar alguns.
Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valioso.
NÃO PAUTE SUA VIDA, NEM SUA CARREIRA, PELO DINHEIRO
Ame seu ofício com todo o seu coração. Persiga fazer o melhor.
Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido, nem um grande canalha.
Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro.
Hitler não matou 6 milhôes de judeus por dinheiro.
Michelangelo não passou 16 anos pintando a capela Sistina por dinheiro.
E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.
E tudo que fica pronto na vida, foi construído antes, na alma.
A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano.
O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
"Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo".
E ela respondeu:
"Eu também não, meu filho".
Não estou fazendo com isso uma apologia à pobreza, muito pelo contrário.
Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
MEU SEGUNDO CONSELHO:
Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.
Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada.
Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguaçu.
MEU TERCEIRO CONSELHO VEM DIRETAMENTE DA BÍBLIA:
"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito."
É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito:
É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso.
Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute.
Mas, por favor, não joque fora, se moldando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história.
Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.
Que é mais do que sexo ou dinheiro.
Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida.
E, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados.
Empresários de mesa de bar.
Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar.
Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem.
De 08:00 às 12:00, de 12:00 às 08:00 e mais se for preciso.
Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses.
Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram em menos de 50 anos, a 2ª maior mega potência do planeta.
Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores IMPOTENCIAS do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam.
Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e o mundo que os acomodados não conhecerão.
E isso se chama sucesso.
Nizan Guanaes.
Texto postado por no blog Meli ante as palavras.
terça-feira, 1 de junho de 2010
O coração é nosso...
Minha mãe sempre disse: O coração é nosso pode chorar, o rosto é dos outros tem que sorrir. E para alguém que tinha fama de pinto chorão (lembrei da Vó Neli), essa máxima é muito complicada para ser seguida.
Embora os anos tenham feito eu saber segurar um pouquinho mais minhas lágrimas, elas ainda insistem em cair em várias ocasiões.
Filmes, brigas, alegrias, felicidades, cenas do cotidiano, injustiças, raiva, lembranças, músicas, visões do futuro, qualquer coisa pode ser um motivo para ter a face lavada... São horas em que o rosto que é dos outros é lavado... a alma fica lavada.
Nas últimas semanas chorei de tristeza algumas vezes, passou, ainda bem. As lágrimas que por ventura teimarem em cair de agora em diante não terão mais o mesmo motivo.
Novos capítulos, novas lágrimas, nessa fase só por coisas boas que começam a acontecer.
Embora os anos tenham feito eu saber segurar um pouquinho mais minhas lágrimas, elas ainda insistem em cair em várias ocasiões.
Filmes, brigas, alegrias, felicidades, cenas do cotidiano, injustiças, raiva, lembranças, músicas, visões do futuro, qualquer coisa pode ser um motivo para ter a face lavada... São horas em que o rosto que é dos outros é lavado... a alma fica lavada.
Nas últimas semanas chorei de tristeza algumas vezes, passou, ainda bem. As lágrimas que por ventura teimarem em cair de agora em diante não terão mais o mesmo motivo.
Novos capítulos, novas lágrimas, nessa fase só por coisas boas que começam a acontecer.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Seja uma árvore.
Tenho em minha memória um pedaço de poesia de Manoel de Barros, é algo que li lá nos meus 15 anos e que ainda hoje vive em minha alma:
Para entender nós temos dois caminhos:
[o da sensibilidade que é o entendimento
do corpo;
e o da inteligência que é o entendimento
do espírito.
Eu escrevo com o corpo.
Poesia não é para compreender,
[mas para incorporar.
Entender é parede; procure ser árvore.
Eu almejo ser uma árvore, e você?
domingo, 30 de maio de 2010
The Jane Austen Book Club
Nesse final de semana assisti um filme que há muito estava na minha lista de filmes: The Jane Austen Book Club.
Seis livros, seis membros, seis meses.
Uma graça de filme, de uma delicadeza na análise das relações humanas, a maneira com que a trama se desenvolve é muito bem planejada, não tem como não ser tocada pela história. Bela dica!
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Teoria dos 6 graus de Separação
Eu acredito nessa teoria,criada na década de 1960, a qual com base em um estudo científico, defende que, no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. Ou seja, você conhece alguém que conhece alguém e que num máximo de 6 pessoas liga você a outra.
Ontem foi o dia de provar a teoria, em nosso encontro semanal, onde a Betina já conhecia o Rafa e, de quebra, descobri que ela dividi o espaço onde trabalha com uma amiga minha da época do colégio.
Isso só faz com que eu acredite cada vez mais na Teoria dos Seis Graus de Separação, e que a vida é relacionar-se.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Keep Calm and Carry On
Keep Calm and Carry On, algo como "Fique calmo e vá em frente", foi um pôster motivacional produzido pelo governo britânico em 1939, início da II Guerra Mundial, para ser usado somente se o nazismo conseguisse invadir a Grã-Bretanha. 2,5 milhões de pôsteres foram impressos, mas o cartaz foi distribuído apenas em número limitado.
Eu, particularmente, gosto do cartaz independente da sua história. Dia desses vi no site geekiz uma série de variações do mesmo que achei bem interessante, resolvi compartilhar com vocês. Qual a que vocês mais gostam? Eu adorei a versão BAZINGA!
Rapidinhas
# Começar o dia com um "Bom Dia" de alguém que está muito, muito longe e que deseja só boas energias. E fala para eu não esquecer que sou especial, vale um sorisso!
# Estar 4kg mais magra: perfeito!
# Minha trilha sonora de hoje começou com Zélia Duncan cantando Saúde, sonzinho gostoso para a 1ª hora do dia.
# "A solidão só existe para aqueles que não possuem vida interior." Frase que falei em uma peça de teatro quando tinha 13 anos. É uma verdade!
# Estar 4kg mais magra: perfeito!
# Minha trilha sonora de hoje começou com Zélia Duncan cantando Saúde, sonzinho gostoso para a 1ª hora do dia.
# "A solidão só existe para aqueles que não possuem vida interior." Frase que falei em uma peça de teatro quando tinha 13 anos. É uma verdade!
terça-feira, 25 de maio de 2010
Fabrício Corsaletti - Esquimó
Fabrício Corsaletti- Seu nome, poema do livro Esquimó. Lindo, muito lindo!
Companheiros nessa vida.
Meus amigos são meus companheiros, gosto de chamá-los assim. Mesmo longe e sem contato frequente com alguns, eles seguem acompanhando a mim e eu a eles.
Por ser uma pessoa extrovertida e falante passo a impressão de ter um sem-fim de amigos, mas amigos/companheiros é possível contar nos dedos. A graça das amizades é saber que se pode contar com alguém para qualquer parada, é uma via de mão dupla onde sabemos entender, sem cobranças. A amizade é incondicional, você é amigo e pronto.
Meus companheiros habitam meu mundo de uma forma muito especial, cada um trás consigo um viés diferente, um estilo próprio, fazendo dessa diversidade um colorido todo especial de se ver.
Agradeço a cada um por ser exatamente do jeito que é... com todos os defeitos e qualidades que o pacote comporta, pois sem os defeitos as qualidades excepcionais de cada um não seriam tão bem apreciadas.
É a vida no Meu País das Maravilhas é muito mais colorida graças a eles.
Por ser uma pessoa extrovertida e falante passo a impressão de ter um sem-fim de amigos, mas amigos/companheiros é possível contar nos dedos. A graça das amizades é saber que se pode contar com alguém para qualquer parada, é uma via de mão dupla onde sabemos entender, sem cobranças. A amizade é incondicional, você é amigo e pronto.
Meus companheiros habitam meu mundo de uma forma muito especial, cada um trás consigo um viés diferente, um estilo próprio, fazendo dessa diversidade um colorido todo especial de se ver.
Agradeço a cada um por ser exatamente do jeito que é... com todos os defeitos e qualidades que o pacote comporta, pois sem os defeitos as qualidades excepcionais de cada um não seriam tão bem apreciadas.
É a vida no Meu País das Maravilhas é muito mais colorida graças a eles.
Consumo Consciente
Hoje em dia o moderno é ser um consumidor consciente, o meio ambiente agradece e as gerações futuras também.
Fica a dica de dois blog's que tratam do assunto: o Na Lata e o Ser Sustentável com Estilo .
Faça a sua parte, eu já faço a minha.
Fica a dica de dois blog's que tratam do assunto: o Na Lata e o Ser Sustentável com Estilo .
Faça a sua parte, eu já faço a minha.
Tiempo al Tiempo
Acordei ouvindo essa música do Fito Paez, é uma bela forma de acordar.
"Cuando niño preguntaba
si el río llegaría algún día al mar
Una voz que andaba por ahí
me dijo: “tiempo al tiempo”.
La verdad es que ya aprendí a esperar
que se escriba sola la canción
Cada cosa en su justo lugar
dale tiempo al tiempo.
Nace una flor un día
y a la misma hora muere un amor
Es dura la caída
pero qué alegría cuando hacemos el gol.
Cada día es una oportunidad
de salir a la calle y enfrentar al viento
Los sueños a veces se hacen realidad
dale tiempo al tiempo.
Pensaba en Los Decadentes
cuántas noches en la ruta
Hoy siguen juntos, qué bueno que está
dale tiempo al tiempo
A las ruinas del amor
el cadáver de tu enemigo
Te acerca la distancia
entonces, estás vivo
Cuidado con lo que quieres
porque algún día lo podés conseguir
No se trata sólo de tu voluntad
dale tiempo al tiempo
Todos los días sale el Sol
y la Luna vuelve a brillar
Ni siquiera una bomba lo puede parar
dale tiempo al tiempo,
tiempo al tiempo
Espero que los tuyos estén bien
y vivas con felicidad
lo que te queda en este mundo
Nadie sabe más allá.
Dale tiempo al tiempo..."
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Nunca gostei do meio termo.
Acabei de ler a seguinte citação: “Nunca gostei do meio termo, o lugar mais tedioso do mundo.” (Louise Nevelson).
Caiu como uma luva! Não gosto do morno, se tiver que ser que seja quente ou frio! O meio termo é o tédio, é o lugar de quem já não busca, não luta, não está nem aí.
Caiu como uma luva! Não gosto do morno, se tiver que ser que seja quente ou frio! O meio termo é o tédio, é o lugar de quem já não busca, não luta, não está nem aí.
Quando ganhei meu exemplar de Alice no País das Maravilhas, ele veio acompanhado de uma dedicatória que dizia assim: "Para quem nunca vai sair do País das Maravilhas."
Acredito que tenho um mundo próprio, um jeito meu de ver o que me cerca, o meu País das Maravilhas.
Sou amiga, sou alegre, sou feliz na maior parte do meu tempo, embora às vezes chore no meio da rua, sou dedicada ao que amo, sim, eu sou do tipo de pessoa que mergulha de cabeça, que não olha se a piscina está vazia ou não... Eis o motivo pelo qual algumas vezes quebro a cara, mas prefiro a dor de estar quebrada do que a dor de nada ter feito.
E acredito que muitos relacionamentos acabam não por falta de sentimento, mas por falta de coragem, pois às vezes é preciso rever o que não está bom e reorganizar. Se ainda há sentimento vale a pena sempre, eu acredito que se ambos ainda se gostam, é possível. No meu caso, acredito que faltou coragem, o que me faz acreditar que não havia mais nada ali... Essa é a parte dolorosa disso tudo, o que aconteceu, onde foi que a gente se perdeu?
Quantas coisas que não foram ditas, o silêncio tem seu lado cruel às vezes. Tirar alguém da sua vida em alguns minutos não é fácil, afinal, depois de um tempo as energias estão misturas e retomar a sua energia requer um trabalho arduo... Estou trabalhando nisso, buscando o meu momento, o meu centro, cortando os laços que ensistem em aparecer.
O que vale é saber que o tempo é rei e as feridas cicatrizam... E que o meu País da Maravilhas é lindo até quando meu peito dói. E aqui, vou traduzir um pouco do que vejo e do que sinto.
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